segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

12 Formas de Amar os Vossos Filhos Desobedientes





12 Formas de Amar os Vossos Filhos Desobedientes



Por Abraham Piper Sobre Paternidade
Uma Parte da série Taste & See


Tradução por Mónica Rodrigues










O artigo que se segue foi escrito pelo meu filho Abraham, que fala com a sabedoria da experiência e das Escrituras. Li-o com lágrimas e gargalhadas. É um artigo tão emocionante que lhe perguntei logo se podia partilhá-lo com a Igreja e com a ainda mais vasta comunidade cristã. Não há alegria maior do que a de ver os nossos filhos caminhar na verdade – e a expressá-la tão bem! O resto é do Abraham. – John Piper


Muitos pais ficam com o coração partido e completamente perplexos por causa da filha ou do filho que não são crentes. Não fazem a mínima idéia por que é que a criança que criaram toma decisões tão horríveis e destrutivas. Nunca fui um desses pais, mas fui um desses filhos. Refletindo sobre essa experiência, sugiro estas soluções para vos ajudar a alcançar os vossos filhos desobedientes.


1. Direcionem-nos para Cristo.


O verdadeiro problema dos vossos filhos rebeldes não é drogas, sexo, tabaco, pornografia, preguiça, criminalidade, maldicência, desmazelo, homosexualidade, ou fazer parte de uma banda de rock punk. O verdadeiro problema é que eles não vêem Jesus com clareza. O melhor que podem fazer pelos vossos filhos — e a única razão para fazer qualquer uma das sugestões que se seguem — é mostrar-lhes Cristo. Não é um processo simples ou imediato, mas os pecados nas vidas deles, que vos inquietam e que os destróem, só começarão a desaparecer quando eles virem Jesus da forma como Ele realmente é.


2. Orem.


Só Deus pode salvar o vosso filho ou filha. Por isso, continuem a pedir-Lhe que Se mostre a eles, de forma que eles não possam resistir a adorá-lO.


3. Assumam que algo está errado.


Se a vossa filha rejeita Jesus, não finjam que está tudo bem.


Para cada filho que não é crentes, os detalhes são diferentes. Será preciso que os pais abordem cada detalhe de forma única. Contudo, não é aceitável o fato de não os abordarem de todo. Se o vosso filho não é crente, não ignorem esse fato. As férias podem ser mais fáceis, mas a eternidade não o será.


4. Não esperem que eles sejam como Cristo.


Se o vosso filho não é cristão, ele não vai agir como tal.


Vocês sabem que ele abandonou a fé, portanto não esperem que ele viva pelas normas segundo as quais o criaram. Por exemplo, vocês podem se sentir tentados a dizer: «Sabemos que é difícil para você acreditar em Jesus, mas você não consegue pelo menos admitir que se embebedar todos os dias é pecado?»


Se ele está com dificuldade em acreditar em Jesus, então há muito pouco significado em admitir que a embriaguez está errada. Querem protegê-lo, pois. Mas a falta de crença dele é o problema mais perigoso — e não o fato de andar sempre em festas. Por mais que o comportamento de falta de crença do vosso filho se mostre, façam sempre questão de se concentrarem mais na doença do coração do que nos sintomas da doença.


5. Recebam-nos de braços abertos em casa.


Já que a preocupação maior não são as atitudes do vosso filho, mas sim o coração dele, não criem muitas exigências para que ele volte para casa. Se ele sentir qualquer desejo de estar convosco, isso é Deus a lhe conceder uma oportunidade de o amar de volta para Jesus. Obviamente há algumas instâncias em que devem dar ultimatos: «Não entre nesta casa se você estiver...». Porém, instâncias como essas acontecem raramente. Não reduzam as probabilidades de estar com o vosso filho ao impor demasiadas regras.


Se a vossa filha cheirar a erva ou a tabaco, borrifem o casaco dela com 'Febreze' [um aromatizante do ar] e mudem os lençóis quando ela sai, mas deixem-na vir para casa. Se descobrirem que ela está grávida, comprem-lhe ácido fólico, levem-na à ecografia na 20.ª semana de gravidez, protejam-na do Planejamento Familiar [que pode querer convencê-la a fazer um aborto] e, custe o que custar, deixem-na vir para casa. Se o vosso filho entrar em falência porque gastou o dinheiro todo que lhe emprestaram em mulheres da vida e bebidas caras, então perdoem-lhe a dívida como também vocês foram perdoados; não lhe deêm mais nenhum dinheiro e deixem-no vir para casa. Se ele não aparece há uma semana e meia porque tem ficado em casa da namorada peçam-lhe para não ir mais lá e, deixem-no vir para casa.


6. Incentivem-nos mais vezes do que as que os repreendem.


Sejam gentis com o desapontamento.


O que mais vos preocupa é o fato do vosso filho se estar destruindo a si próprio, e não o fato de ele estar quabrando as regras. Tratem-no de forma que ele perceba isso. Ele provavelmente sabe — principalmente se foi criado como cristão — que o que anda a fazer está errado. E, definitivamente, ele sabe o que vocês pensam sobre isso. Portanto, o vosso filho não precisa que vocês lho digam. Ele precisa saber como vocês vão reagir ao mal dele. A vossa indulgência bondosa e esperança dolorosa mostrarão que vocês confiam realmente em Jesus.


A consciência dele, por si só, pode condená-lo. Os pais devem permanecer compreensivos e firmes, vivendo sempre na esperança de que o filho volte.


7. Façam com que os vossos filhos tenham contato com crentes que têm mais acesso a eles.


Há dois tipos de acesso ao vosso filho que vocês podem não conseguir ter: geográfico e relacional. Se o vosso filho desobediente vive longe, tentem encontrar um crente convicto na zona onde ele vive e peçam-lhe para entrar em contato com o vosso filho. Isto pode parecer intrometido, sem sentido, ou embaraçoso para ele, mas vale a pena — especialmente se o crente que encontrarem consegue se relacionar também emocionalmente com o vosso filho de uma forma que vocês não podem.


A distância nas relações pode também ser um efeito secundário do abandono da fé por parte do vosso filho, portanto a vossa relação será tênue e deve ser protegida, na medida do possível. Mas uma repreensão dura é necessária também.


É aqui que outro crente com acesso emocional ao vosso filho pode ser muito útil. Se há um crente em quem o vosso filho confia e, talvez até com quem goste de estar, então esse crente tem a plataforma para dizer ao vosso filho — de uma forma que ele preste atenção — que ele está agindo como um idiota. Isto pode soar severo, mas precisamos muitas vezes de uma chamada de atenção, e as pessoas em quem confiamos são normalmente as únicas que conseguem nos dar uma repreensão dolorosa de forma a ser um presente para nós.


Muitos jovens rebeldes fariam bem em ouvir que estão sendo tolos — e é muito raro que os pais lhes digam isto de forma a ajudá-los — portanto, tentem manter outros cristãos nas vidas dos vossos filhos.


8. Respeitem os amigos dos vossos filhos.


Honrem o vosso filho desobediente da mesma forma que honrariam qualquer outro descrente. Eles podem andar com grupos com os quais vocês nem pensariam em falar ou até mesmo olhar, mas não deixam de ser os amigos do vosso filho. Respeitem isso — mesmo que o relacionamento se baseie no pecado. Eles são más influências para o vosso filho, sim. Mas ele também é má influência para eles. Nada se resolverá pelo fato de tornarem evidente que não gostam de quem anda com quem.


Quando o vosso filho aparecer com outra namorada para uma festa de aniversário familiar — uma pessoa que nunca viram e que provavelmente nunca mais verão —sejam hospitaleiros. Ela também é a filha desobediente de alguém, e ela também precisa de Jesus.


9. Enviem-lhes e-mails.


Agradeçam a Deus pela tecnologia que lhes permite estar tão facilmente presentes nas vidas dos vossos filhos!


Quando lerem algo na Bíblia que os incentive e os ajude a amar mais Jesus, escrevam-no e enviem-no ao vosso filho. A melhor exortação para eles são os exemplos positivos da alegria de Cristo na vossa própria vida.


Não fique estressado quando estiver elaborando uma mensagem, como se cada uma delas precisasse de ser unicamente poderosa. Apenas tirem uma após a outra, e deixem que o efeito cumulativo da vossa satisfação em Deus se reúna na caixa de correio electrônico do vosso filho. A palavra de Deus nunca é proclamada em vão.


10. Levem-nos a almoçar fora.


Se possível, não deixem que a única interação com o vosso filho seja eletrônica. Passem tempo juntos, cara a cara, se puderem. Podem pensar que isto é desconfortável e estressante, mas acreditem que é pior estar no lugar do vosso filho — ele está vivendo esse mesmo desconforto, mas com culpa. Portanto, se ele quer se encontrar com vocês para almoçar, agradeçam a Deus, e façam uso dessa oportunidade.


É quase hipócrita falar sobre a rotina dele, porque aquilo que vos importa realmente é a vida eterna dele; mas tentem mesmo assim. Ele precisa saber que se importam com tudo o que lhe diz respeito. Então, antes de acabar de almoçar, orem para que o Senhor lhes dê a coragem de perguntar sobre a alma dele. Não sabem como ele vai responder. Será que ele vai revirar os olhos como se vocês fossem idiotas? Será que vai se zangar e ir embora? Ou será que Deus tem trabalhado nele desde a última vez em que você falou com ele? Se não perguntar, nunca vai saber.


(Eis aqui uma nota para os pais de crianças pequenas: estipulem saídas regulares para comerem fora com os vossos filhos. Não só será uma experiência valiosa para ambos, como também, se alguma vez os vosso filhos entrarem na crise da insubordinação, a tradição de se encontrarem com eles já existirá e não será estranho convidá-los para comer fora. Se o filho estiver habituado, desde pequenino, a ir comer fora com o pai aos sábados, será muito mais difícil ele recusar um convite do pai — mesmo para um confiante rapaz de 19 anos.)


11. Interessem-se por aquilo que eles querem conseguir.


É provável que se a vossa filha está rejeitando a Cristo de propósito, então a forma como ela passa o tempo irá decepcioná-los. Contudo, encontrem valor nos interesses dela, se possível, e incentivem-na. Vocês foram assistir às peças da escola dela e aos jogos de futebol quando ela tinha 10 anos; o que poderão fazer agora que ela tem 20 para mostrar que realmente ainda se interessam pelos interesses dela?


Jesus passou tempo com cobradores de impostos e prostitutas, e nem sequer era familiar deles. Imitem a Cristo sendo o tipo de pais que colocam os tampões de ouvidos no bolso e vão para o centro da cidade, à pequena discoteca fria e úmida, onde será o espectáculo de lançamento do CD da vossa filha. Incentivem-na e nunca párem de orar para que ela comece a usar os dons dela para a glória de Jesus, em vez de para a sua própria glória.


12. Apontem-lhes Cristo.


O mais importante é que isto não seja demasiado estressante. Nenhuma estratégia para alcançar o vosso filho, ou filha, surtirá qualquer efeito duradouro se o objetivo subjacente não for ajudá-los a conhecer Jesus.


Jesus.


Não ore para que eles voltem a ser bons filhos; para que cortem o cabelo e comecem a tomar banho; para que venham a gostar de música clássica em vez de deathcore; para que deixem de se sentir envergonhados no estudo semanal da Bíblia; para que votem no partido conservador nas próximas eleições; nem para que vocês possam dormir à noite ao saber que os vossos filhos não vão para o inferno.


A razão mais importante para orar por eles, recebê-los de braços abertos, pleitear com eles, enviar-lhes e-mails, comer com eles ou se interessar por aquilo que é de interesse para eles, é para que os olhos dos vossos filhos se abram para Cristo.


E Cristo não é apenas o único objetivo — Ele é também a única esperança. Quando eles virem a maravilha que é Jesus, a satisfação será redefinida. Ele substituirá a patética vaidade do dinheiro, o louvor ao homem, ou o enlevo emocional, ou o orgasmo em que estão a delimitar as suas vidas eternas neste momento. Só a Sua graça pode retirá-los dessas buscas arriscadas e prendê-los com segurança a Ele — cativos, mas satisfeitos.


Isto Ele fará por muitos. Tenham fé e não desistam.

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